Atenção para sintomas, sinais e tratamento da leucemia aumentam chances de diagnóstico precoce

Fevereiro Laranja alerta sobre tipo de câncer que compromete células da medula óssea

Causada pelo desenvolvimento anormal das células da medula óssea, a leucemia é o tipo de câncer que acomete os glóbulos brancos responsáveis pela defesa do nosso organismo.  O Instituto Nacional de Câncer (INCA) projeta que em 2022 sejam diagnosticados, no Brasil, 5.920 casos novos de leucemia em homens e 4.890 em mulheres. A campanha “Fevereiro Laranja” debate a doença como forma de ampliar o acesso à informação da população sobre a leucemia.

O médico hematologista, Dr. William Scheffer Chaves, explica que a manifestação da doença está atrelada ao comportamento incomum das células. “A leucemia é conhecida como um câncer do sangue, que tem origem na medula óssea. A medula se forma nos ossos, sobretudo no osso da bacia, seu principal local de produção. Ela é responsável pela produção dos glóbulos vermelhos – o sangue propriamente dito -, dos glóbulos brancos – as defesas do organismo, atrelado ao problema da leucemia – e as plaquetas – responsáveis pela coagulação”, descreve.

A doença pode ser classificada em leucemia linfóide e mielóide, aguda e crônica, podendo se manifestar em crianças e em pessoas mais velhas. O especialista afirma que a conscientização sobre os sintomas e o tratamento da doença aumentam as chances do diagnóstico precoce.

Leucemias agudas

“Para as leucemias agudas, os sinais aparecem de forma específica. É aquela pessoa, jovem ou idosa, que está desenvolvendo suas atividades normalmente e em uma determinada semana começa a ficar mais cansado, na outra fica com a aparência pálida, e pelo hemograma conseguimos suspeitar da doença”, explica o especialista. Chaves ainda complementa que  cansaço constante, febre, palidez, cansaço, sonolência excessiva, fraqueza generalizada, sangramento pelo nariz, hematomas espontâneos estão entre os sinais

O tratamento vai depender do tipo de leucemia, já que no diagnóstico inicial a necessidade do transplante ainda não é definitiva. Chaves pontua que tudo depende da resposta do paciente ao tratamento, que engloba sessões de quimioterapia e imunoterapia.

Leucemias crônicas

O especialista pondera que o tratamento para este tipo de leucemia pode envolver sessões de quimioterapia intensiva ou tratamentos mais brandos, dependendo do comportamento da doença.

“Em alguns casos de leucemia crônica, o tratamento é mais brando, não é aquela quimioterapia tão forte. Tivemos uma revolução no tratamento nos últimos anos e em alguns casos, o paciente toma uma medicação contínua diária e segue sua vida normal”, explica o hematologista.

Exposição a produtos químicos, agrotóxicos e radiação podem ter relação com o desenvolvimento da leucemia, contudo, o médico hematologista destaca que fatores genéticos estão relacionados ao surgimento da doença.

“Observamos que uma alteração genética acontece na medula óssea, que é adquirida, e por sua vez, desenvolvemos a leucemia. Por isso a importância da população estar conscientizada dos principais sinais e sintomas”, reforça Chaves.

Doação de medula óssea

Nos casos mais graves, a cura da leucemia está atrelada ao transplante de medula óssea, que só é possível com a existência de um doador compatível. Para se tornar um doador, Dr. William Scheffer Chaves esclarece algumas dúvidas sobre este processo.

– Ter entre 18 e 35 anos de idade (mas pode haver exceções)

– Estar em bom estado geral de saúde.

– Não ter doença infecciosa ou incapacitante.

– Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.

– Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, em que cada caso deve ser analisado de forma individual.

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